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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Vou Fugir de Propriá


Vou fugir de Propriá
Aqui  tudo é mais difícil.
Não tem emprego pra mim
Os políticos só pensam em si.
Tá complicado viver aqui.

Vou fugir de Propriá.
Aqui os jovens se formam
E não tem onde trabalhar.
Vou tentar a vida lá fora.
E meu futuro vou preparar.

Vou fugir de Propriá
Votei para melhorar
Mas só melhora as condições
Daqueles que andam a bajular.

Vou fugir de Propriá
Pra cá as indústrias não vêm
Fico sempre a esperar
Uma oportunidade para trabalhar
Que nunca chegará.

Vou fugir de Propriá
Em busca de um lugar
Ver se consigo lá fora
O que aqui não vou alcançar.

Vou fugir de Propriá
Aqui só sou lembrado
Quando é tempo de eleição
Depois que esse tempo passa,
Fico sempre na mão.

Vou fugir de Propriá
Sei que não vou aguentar
Ficar aqui sem fazer nada
Nessa cidade parada.

Vou fugir de Propriá
Junto com tudo que já se foi.
O TG 06-016
O Campo João Alves,
A Rede Ferroviária.
A antiga rodoviária.
A Fábrica de tecidos.
As Indústrias do arroz.
Tudo isso foi embora
E eu estou indo depois.
Vou fugir de Propriá.
Aqui nada vem pra ficar.
Quem tem mais um pouquinho
Só pensa nos outros humilhar.
Sem falar que em Propriá
Está se acabando
A cultura popular.

     Cálamo de Poesia
      09.02.13

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